Cris

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segunda-feira, 4 de março de 2013

Geografia crítica



Geografia Crítica foi insuflada na década de 60, postura radical, frente à realidade social, proposta de uma Geografia militante, lutando por uma sociedade mais justa. A tendência radical concentrou-se inicialmente numa crítica da ideologia e das práticas geográficas. Colocou em questão o racismo, o classismo, o etnocentrismo e o sexismo nos textos de Geografia e no ensino da matéria.
Atacou a posição dominantemente positivista dos geógrafos como uma manifestação da consciência empresarial burguesa, como Ellen Semple, cujo pensamento estava baseado no determinismo geográfico, acreditava que o meio físico tem papel mais preponderante do que a ação humana e sua cultura na transformação espacial, onde o meio determina o homem. Esta Geografia radical denunciou o papel dos geógrafos nas iniciativas imperialistas e no planejamento urbano e regional dirigido para controle social no interesse da acumulação capitalista.
Buscou revelar os pressupostos ocultos e as tendências de classe no interior da Geografia por meio de uma severa crítica das suas bases filosóficas.
Buscou-se também identificar e preservar as facetas da Geografia relevantes para a reconstrução socialista e fundir os aspectos positivos da Geografia burguesa com um entendimento reconstituído da Geografia, subjacentes aos textos de Marx e Engels. Alguns geógrafos usaram a descrição como denúncia da realidade, entre eles temos Josué de Castro e Lacoste, Pierre George introduziu alguns conceitos marxistas na discussão geográfica.
Muitos geógrafos marxistas buscam percepções mais profundas sobre a maneira pela qual diferentes formações sociais criam paisagens materiais e sociais a sua própria imagem, como David Harvey, ele coloca a luta de classes no centro dos debates temáticos da Geografia. Explora a maneira pela qual o capitalismo transforma e cria a natureza sob a forma de novas forças produtivas que se implantam sobre o solo e coloca em movimento processos irreversíveis, e muitas vezes prejudiciais, de mudança ecológica. Examina como as configurações espaciais das forças produtivas e das relações sociais são criadas e com que efeitos: o desenvolvimento geográfico desigual, a integração espacial do capitalismo mundial por meio da mobilidade geográfica do capital e do trabalho. Procura explicar como a exploração de pessoas o de um lugar por pessoas de outro lugar (as periferias pelo centro, as áreas rurais pelas cidades) pode surgir numa formação social dominada pelo antagonismo entre o capital e o trabalho.
 Os geógrafos procuram compreender como as crises econômicas se manifestam geograficamente através de processos de crescimento e declínio regionais, outros são ecléticos, como Edward Willian Soja, cujos trabalhos são voltados para o planejamento urbano, baseando seus estudos no materialismo histórico, fazendo uma poderosa crítica ao historicismo e a seus efeitos que restringem a imaginação geográfica, defende um repensar da dialética do espaço, do tempo e do ser social.

2013 novos textos

Geopoesia 2013

O poderio americano influencia a América Latina e a Geografia tem um enorme - poder - capacidade para nos guiar neste delicado terreno, mas prazeroso  das análises geopolíticas. Quando colocamos o termo delicado, isso significa dizer, que a Geografia apesar de apresentar importante contribuição, temos poucos geógrafos participando do debate cultural, talvez porque não são convidados pela mídia ou não querem participar das análises geopolíticas, portanto temos que analisar a geografia neste início de século para podermos entender a ausência de geógrafos e os problemas decorrentes  das ameaças que a Geografia sofre fora e dentro já apontados por Yves Lacoste e Milton Santos. Acreditamos que a Geografia se tratada seriamente no sentido de formar uma teoria sólida tem uma importante contribuição para oferecer, temos que afastarmos de uma teorização de empréstimos não podemos ficar  subordinados na formulação teórica de outras disciplinas, temos que construir uma Geografia sólida...